Hoje o dia começou um pouco mais tarde. Às 6:00 começamos a nos preparar para sair do Hotel D´Nápoles. Estrutura familiar, a mesma "equipe" que nos recepcionou estava no batente logo cedo. Depois de um generoso café da manhã (pelo menos para mim), fomos em direção à fronteira.
Havia muita expectativa. Pesquisamos muito sobre esse trajeto, topamos com os relatos de muitos viajantes que passaram por parte dos nossos caminhos e juntamos bastante informação. Isso ajuda a preparar a viagem, mas a nossa viagem será diferente de tudo que essas pessoas passaram.
No começo sem grandes novidades. Uma estrada relativamente bem conservada (mas não impecável), carros bem similares aos do Brasil (viva o Mercosul), motoristas indo além do limite de velocidade. Saímos do Brasil?
Mas depois de algum tempo a atenção mudou e começamos a perceber diferenças. O sobe e desce e as curvas deram lugar à retões intermináveis. Quilômetros e quilômetros de plantações e pasto entre minúsculas cidades. E poucas opções de parada.
Ao preparar a viagem já previ isso, dado o tamanho das cidades no caminho. Mas na hora do “vamos ver” é diferente. Depois de muito protelar a parada conseguimos achar um posto Esso, com uma loja similar ao antigo Hungry Tiger. Não haviam muitas opções de lanche (almoço nem pensar), mas serviu para matar a fome naquela altura do campeonato. Também decidimos pular a parada em Santa Fe e esticar até Rosario. Não chegaríamos tão tarde e economizaríamos tempo no dia seguinte.
Infelizmente não havia Diesel no posto. O fato de parar uma vez mais pareceu um problemão, mas foi insignificante perto do que viria. Logo deixamos a Ruta-14 – que vai até Buenos Aires – e partimos em direção à Santa Fe.
A Ruta-127 começou um pouco pior que a Ruta-14. Depois de alguns quilômetros ela ficou muito pior. Buracos e degraus faziam com que os caminhões andassem em zigue-zague, atrasando-nos ainda mais. Felizmente isso não durou mais que 30Km. Depois de abastecer no primeiro posto que conseguimos encontrar, saímos dessa Ruta Nacional e pegamos uma Ruta Provincial.
Finalmente caímos em uma guarnição que queria morder algum dinheiro. Depois de checar tudo que podia, o guarda notou que o Alexandre dirigia descalço. Menos 382 pesos para gastar em Rosario, onde chegaríamos por volta das 20:30 agora.
Em menos de uma hora a polícia de Entre-Ríos confirmou sua fama. Lanterna? Não, o obrigatório na estrada é a luz baixa! Uma canseira tentando converter a multa em adventência e nada. Menos 610 pesos para gastar.
Nesse momento até podemos levantar dúvida. Realmente havia algum problema,a multa seria merecida. E recebemos o recibo. Porém só o nosso carro e caminhões com placa do Brasil eram parados. Vários carros argentinos passaram com o farol apagado enquanto estávamos esperando a "solução"...
Mas não adianta chorar. Toca pra Rosario. Na estrada pudemos descarregar um pouco a raiva. Não gosto desse tipo de atitude preconceituosa, mas todos precisavam descarregar a raiva em algum lugar. Chegamos em Rosario bem mais tarde que o programado e cortamos o orçamento do hotel.
Ao invés de ficar em um Holliday Inn ou Howard Johnson procuramos um hotel local pela metade do preço – e do conforto. O Hall é bonito, o atendente é educado, mas depois da portaria... Só pra dormir mesmo. Depois desse dia merecíamos uma Quilmes gelada, mas vamos deixar para Bahía Blanca!
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