sexta-feira, 6 de abril de 2012

05/04/2012 - De volta à estrada


Depois do dia de passeios voltamos aos deslocamentos. Agora miramos as montanhas dos Andes. Mas ainda teremos 2 dias pelo litoral.

Pela falta de grandes cidades, o dia seria divido em 2. Saindo de Trelew o GPS já dava a dica: Siga por 367 quilômetros. Absolutamente nenhuma cidade no caminho. Passamos por 2 postos de combustível, mas fora isso só a companhia do vento incessante.

Dirigir menos de 4 horas seria moleza. Mas não com esse vento... Enfim, nosso grande companheiro tirava a estabilidade do carro e tornava as ultrapassagens desafiadoras. O vento é tanto que dirige-se o tempo todo com o volante levemente inclinado para a direita.

O vento incessante também veio acompanhado da mudança de paisagem. As subidas e descidas continuaram, mas dessa vez vieram acompanhadas de curvas. Planaltos nos davam a visão de grandes planícies em um conjunto que lembra as grandes chapadas. O capim correndo pela paisagem junto com animais soltos pelas margens diferenciavam esse local de todos por onde passamos.

Antes de completarmos esses 367 quilômetros nos encontrávamos à mais de 600 metros de altitude. Agora uma serra de 12 quilômetros de extensão para nos levar ao nível do mar. E à ele propriamente dito. Comodoro Rivadavia – nossa opção de parada – é uma cidade portuária.

Aqui uma dificuldade, dessa vez com o câmbio. A idéia era trocar parte dos reais por pesos. Porém esquecemos que na Argentina a quinta-feira santa também é feriado. Cambio, só segunda...

De volta à estrada, acompanhamos o litoral por algum tempo. Falésias, dunas, praias rochosas – uma combinação e tanto para aliviar o começo do segundo e último trecho do dia. Esse seria um pouco maior, e igualmente sem nenhuma cidade no caminho.

Em uma viagem dessa é bom conhecer o carro, e principalmente controlar o consumo. O Diesel da Argentina rende bem menos que o brasileiro. Existe o Diesel “melhor”, mas a partir do momento que resolvemos testá-lo paramos de encontrar postos com ele. Estávamos preparados, ainda bem.

Ainda durante a tarde chegamos ao nosso destino: Puerto San Julian. A cidade foi escolhida porque seria muito seguir até Rio Gallegos em um dia. Porém, pelo menos para mim, foi uma surpresa agradável.

A cidade é minúscula. Sites indicam que tenha 7000 habitantes. Porém tem uma estrutura muito boa para uma cidade tão pequena, contando com vários hotéis (dos econômicos aos melhores), restaurantes e lojas. Infelizmente parte dessa estrutura estava fechada por conta do fim da temporada patagônica. Precisaríamos ter chegado umas 2 semanas antes.

O forte da cidade é o turismo histórico. Ela está presente em momentos importantes da história desde os desbravadores da América. A cidade foi fundada por Magalhães, enquanto esperava o inverno passar, antes de ir até o Pacífico. Uma réplica da nau com visitação guiada poderia ter explicado tudo isso, se o vento não estivesse forte demais para a visitção. A cidade também conta com um memorial sobre a guerra das malvinas. Até a presidenta (sim, a faixa estava assim, mas em español até pode estar certo) veio aqui nas comemorações dos 30 anos.

 Após o passeio no centro histórico e algumas compras de mantimentos nos trancamos no hotel. Fugimos dos 10 graus às 18:00 e transformamos o quarto em um camping, tomando vinho (e whisky) acompanhando um macarrão.

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