quarta-feira, 4 de abril de 2012

03/04/2012 – Do litoral ao litoral "de verdade"


Algo estranho sobre Bahia Blanca é que ela fica no litoral, mas não é um balneário. A costa é tomada pelo porto e por indústrias. Não pesquisei o motivo de ser um centro turístico, mas também não consegui notar andando pela cidade.

A melhora do nível do hotel compensou. O farto café da manhã seria necessário porque daqui em diante temos poucas opções de paradas durante o dia. Na saída de Bahia Blanca uma infeliz surpresa. Os postos perto do hotel estavam sem diesel. Felizmente achamos diesel em um posto na Ruta-22, mas isso levanta um sinal amarelo.

Vidro limpo, tanque cheio, comes e bebes, pneu calibrado, tudo certo! Vamos para a estrada e... Um protesto! Um grupo de trabalhadores demitidos em uma indústria fechada protesta por seus empregos. Semanas antes ocorreu o mesmo em Cubatão, mas sem os pneus queimados. Felizmente por aqui o pessoal liberou os veículos aos poucos.

Saímos de Bahia Blanca com a esperança de ver algo melhor do litoral Argentino. Agora era questão de tempo até finalmente alcançarmos a Patagônia. Essa região é delimitada ao Norte pelo Rio Colorado e, na Argentina, é formada pelos estados de Rio Negro, Chubut e Santa Cruz.

A passagem pelo Rio Colorado deu um novo ânimo - finalmente chegamos lá! As cidades já eram pequenas e espaçadas para os padrões paulistas. Agora ficavam ainda menores e mais espaçadas. As intermináveis retas ficaram ainda mais longas e de longe se viam quilômetros de estradas sem muito movimento. Graças à cultura imposta ela TV, nos sentíamos em um filme no meio-oeste norte-americano.

A única parada do dia foi na maior cidade de Rio Negro na Ruta 3. San Antonio do Oeste vive de exploração mineral e de seu pequeno porto. Poucas ruas são asfaltadas e não tínhamos mais que 2 opções de restaurante no guia do GPS.

Fomos ao “El Americano”, que ressaltou ainda mais aquele clima de velho oeste. Parecia que a qualquer momento alguém sacaria uma arma e começaria um duelo. É um pouco de exagero, claro, mas esses momentos de descontração fazem valer ainda mais essa viagem.

Na mesa conversamos sobre um dos mitos que vai caindo: a de que a Argentina é barata. Isso deve ter sido verdade nos primeiros anos da desvalorização da moeda, porém pelo visto a inflação também corroeu o poder de compra e podemos tranquilamente comparar o custo de vida (ou pelo menos do que consumimos) desses lugares por onde passamos, que quando não é igual (comida, hotel), é maior (combustível, principalmente) do que o brasileiro (ou paulista).

Depois do PF bora de volta para a estrada. Estávamos perto da costa, mas não o suficiente para vê-la. Continuávamos com as retas intermináveis. Um monte no horizonte nos rendeu conversas sobre o que viria a partir de El Calafate. No momento esses  montes ainda estão distantes.

Chegamos em Puerto Madryn com o dia ainda claro. Assim pudemos ver na chegada que foi uma parada bem escolhida. A orla é bem ajeitada e servida de bons hotéis, restaurantes e cheia de lojas para turistas. Estamos fora da temporada, mas ainda há algum movimento de turistas.

A cidade agradou à todos de primeira. Enquanto o Alexandre fez seu treino de corrida – finalmente à beira-mar como faz em casa – eu e o Renan pudemos caminhar um pouco pela orla. O ponto alto ficou com o imenso píer, que atende aqueles que querem caminhar vendo os lobos marinhos e outros animais que circulam por ali (ok, vimos só um lobo marinho), atende aos que querem pescar a também serve como ponto de ancoragem para embarcações de vários portes, inclusive navios de cruzeiro (na temporada).

Pra fechar a noite fomos em um bar muito bem ambientado, tomar Quilmes e comer pizza para variar um pouco.

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